segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

correcto e afirmativo

dance, puppets

dance

em abril era isto

'tudo já estava previsto, nos olhos de..' quem?


como o querer
intenso
dramático
transitório?


todos estamos em trânsito, todos estamos em processo
para sabe-se lá o quê
mas é certo que estamos
e o alívio que isso traz?

sorri tracinho te.

maybe we should

.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Eu

Pelos vistos amo os amores antigos.


Aqueles. mesmo antigos. de lá longe. dos vinte-e-setes-de-dezembro.

quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

1st world problems

não tenho internet
não há rede
não trouxe carregador

como é que vou sobreviver?

- quantos dias ficas?

dois

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

sábado, 7 de dezembro de 2013

So, how often do you speak to yourself?

I don't.

I write.




E escrevo para mim própria que está tudo quase, que falta pouco, que a realidade muda, será? Nas fairytales fica sempre tudo bem no fim. Para mim está a começar a ficar tudo bem no meio, o que é bom. Mas a saudade pequenina das pequeninas coisas pede-me para a guardar, até daqui a pouco.

sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Sete graus lá fora

Vinho do Porto e..
634 passos até casa.
Com o pé direito, portanto 1268 passos até casa. Nem é assim tanto.

domingo, 24 de novembro de 2013

Expectativas

Saem quase sempre goradas. É a lei da vida.
Respiras fundo e pensas: não fui mesmo feita para isto. Para ser emigrante no Inverno e entre desamores.
Respiras fundo de novo e pensas:
Azar. É o [país] que temos. Desembacia-te, vá.

sábado, 16 de novembro de 2013

Mais uma vez, a transbordar de amor

Por esta cidade
Pelas luzes e pelos prédios
Pelo cheiro a fumo impregnado no meu cabelo
Pela minha avenida
Pela haste frouxa da palmeira do hall
E pelo espelho, o espelho dourado
Pelo olhar compreensivo do Alberto quando lhe digo que não me apetece estar ali
Pelo prazer que sei que o meu pai tem ao fechar o estore por mim, como se eu não conseguisse
Por esta cidade que amo
Com as pessoas todas lá metidas
Num primeiro andar ou somente na calçada
Pode-se transbordar, sim
Transbordar de amor de novo
Por este país, por isto tudo, visto agora
Com olhos de quem vê de fora.

Eu sei que defino o superlativo vezes demais

Mas não há nada mais bonito que Lisboa à noite.

A não ser talvez Lisboa de dia.

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

domingo, 3 de novembro de 2013

fica nos rascunhos, ainda

'
quero aqui
quero agora
quero depois disto tudo
sei lá
sei que não vai ser o mesmo e provavelmente nem vai ser
mas queria
'


respira fundo. outra vez.
'why do you still do this to yourself?'
as lágrimas [de crocodilo?] deitámo-las os dois.

dor dji cabeça

é incrível o modo ligeiramente sadomasoquista com que ainda faço piadas nos títulos
deve ser só cansaço
cansaço cansaço cansaço
um cansaço enorme
que mente com todos os dentes que tem na boca
o meu cansaço mente com o olhar
mei.

eu sou a vidente

e sei que tu és, uma vez mais, o lobo.

saber exactamente a frase que quero escrever

e decidir não.

não gosto mesmo nada.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

'I don't see you as a crying animal'

mas eu sim.

eu era forte. ou achava que era.
eu era independente. eu era capaz.
eu tinha sonhos bem definidos.
e era persistente até lá chegar.
eu era alguém por quem te podias apaixonar.
eu era tanta coisa, ou achava que era.

agora sou samica alguém de mim.
e vou fazer muita força para ser eu outra vez.
seja como for esse eu novo velho.
vou fazer muita força porque de pouca força esteve o último mês cheio
e não é assim que este curso vai funcionar.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Nāo.

Não me digas que me adoras
Não me toques no braço quando te despedes
Não me digas que é só agora, só aqui
Não me doas noite após noite
Não me olhes assim nos olhos
Não finjas que não entendes
Não me faças ser vã afinal
Não.
Chegou.

sábado, 19 de outubro de 2013

Filosofias fritas?

Do país que cheira a douradinhos às oito da manhã ao país em que panar queijo faz sentido.

domingo, 13 de outubro de 2013

Acho que finalmente percebi

O que eu tenho é saudades de ter sempre que dizer bom dia a alguém, por mais ensonada, maldisposta, descabelada e insuportável que esteja.

domingo, 6 de outubro de 2013

'you know, my best friend just moved to hamburg'

Tu és a minha melhor amiga
Tu acabas por ser o meu something
Tu és um dos meus melhores amigos
Cada um de vocês encaixa num rótulo
Por melhor ou pior que ele encaixe
Fazem todos parte deste eu novo que se mostra às pessoas
Com os respectivos títulos, cheios de amor.
A mostrar quais os nomes que damos às pessoas que amamos.

cA[m/l]ores

Sabe bem
Chegar e ter-te perto
São 3h59 nos nossos países e chego a casa e é o mais parecido que existe com ter-te deitado ao meu lado
Estás aqui?
Estou, pequenino
Acabada de chegar e pronta a adormecer
-nos
Que já só faltam menos de duas semanas, um pouco menos
E hoje confirmei o quão gostas de ler o que escrevo para ti.

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

exactamente dezasseis dias

se eu ficar acordada todo o tempo pode ser que passe mais depressa
já que perco o sono todo
fico toda vontades
toda carinhos
toda carícias imaginárias
no teu corpo que acho que ainda sei
se não sei
garanto-te que a lembrança é vívida
tendo em conta os sonhos das últimas noites
se eu ficar acordada todo o tempo
não sonho tanto
ou sonho ainda mais?

segunda-feira, 30 de setembro de 2013

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

'you learn very quick in your mind and your body

but you are very impatient!'


[por ti minha querida professora eu até não tomo antibióticos nenhuns nunca mais só porque tu achas que é melhor, agora anda cá e faz de mim o que eu quero ser quando for grande]

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

menos de um mês

uma vez chamei a isto transbordar
e é mais ou menos essa a sensação..
fico cheia, cheia, parece que rebento. e começa a sair-me assim. em palavrinhas pequenas, aos soluços..
pode ser que façam uma corrente longa e intrincada o suficiente pra passar pelos países todos que temos pelo meio.
é essa a minha esperança. acho que é sempre essa a esperança de quem escreve.
e agora tenho vontade de escrever.

conclusões felizes

[a primeira é que este teclado tem acentos]

acordei às oito da manhã para ter a única aula do dia
ainda doente até a ponta dos cabelos
toda eu fluidos e kleenex
cheguei rés-vés-campo-de-ourique
claro que tinha de ser na sala mais refundida do conservatório inteiro
estava lenta, a professora não
bzzzzzzzzzzzzzzzzzzz um zumbido durante uma hora e um quarto
não tenho nada para almoçar
compras, das grandes
dois sacões mais a mochila cheia
a rasgar-se ainda mais junto às alças
e claro que resolvo cortar caminho
e dou por mim perdida
no meu próprio bairro
cheios de casas iguais sem cortinas
com famílias holandesas lá dentro escondidas
ninguém na rua, só eu a sentir-me ridícula
ridícula e pesada
porque claro que foi hoje que para além de tudo comprei 3kg de batatas
chego a casa finalmente
cheia de calor, com o cabelo todo desalinhado
a andrea toda bem disposta
conto-lhe os meus desatinos
'bem, compraste tanta comida, que bom,
isto nunca conseguirias trazer numa bicicleta
vês, há vantagens em não ter uma bicicleta'
de sorriso feito
optimismo on!

eu acho que vou gostar de viver aqui. (:

domingo, 22 de setembro de 2013

randomness

são duas da manhã por aqui
já?
que dia longo
horas que passam sem perceberes
só vês quando tens tanta fome que toda tu és um barulho
alguém a subir os degraus mesmo aqui ao lado
tantos ruídos nesta casa meu deus
já disse que são duas da manhã?
estou aqui sentada à espera não sei de quê
que sensação recorrente esta
tantos ques que praqui ponho
toda eu sou exclamações
num dia como este
longo e cheio
murphy's law e muito, muito karma
quando estamos fora de haia nada nos afecta
o problema é quando estamos de volta
alguém tem saudades minhas
hoje é bom saber
que pelo menos alguém tem saudades minhas
que dia este
que vida esta nova
I still feel like I'm travelling
e se calhar isso vai continuar
o que não muda
é a sensação de esperar
só muda de sítio
só muda de espaço
de pressão atmosférica

eu sou para alguém aquilo que pareço
e isso é novo. um dia destes lês-me sobre isso. boa sorte.

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

a minha tutora quer que eu faça um blog

quão difícil seria tentar traduzir-lhe o meu?

Arranjas sempre maneira de me surpreender

O calor que me invade é tão profundo, tão intenso
Quando me olhas assim e aos teus olhos tenho algo
Se calhar se visse nunca ia achar que fosse por mim
Porque me surpreendes sempre quando te dás mais um pouco
E me aqueces a alma sem te aperceberes
E isto que nem tem nome
Chamar-te something já me soa natural
Nem me importo
Porque o calor é tão profundo, tão intenso
Que só me apetece dormir muito e sonhar bem contigo

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

sick-on-my-first-week

e suddenly,

tudo parece melhorar.
vou para casa. para o quarto que já me sabe a casa e para a colcha amarela. até já.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

a compôr-se

à espera do tram, de novo
uma avózinha a avisar-me que tenho o atacador desapertado
percebo só pelo gesto, agradeço, ela continua a falar-me em holandês
sorry, I don't speak dutch [pela terceira ou quarta vez hoje]
e ela, no seu inglês perfeito
ah, é que às vezes é tão chato, andamos assim com o atacador desapertado
não nos apercebemos
e quando damos por nós está alguém a pisá-lo
e não nos podemos mexer!

e lá vai ela
toc toc toc
uma avózinha
que podia ser a minha


sexta-feira, 6 de setembro de 2013

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

cada qual escolhe nas que se de[le]ita

estou a estranhar a minha própria cama
nas últimas cinco noites não te estranhei as camas
quão não estranho é isso
as tuas casas são-me casas
as tuas camas são-me
casas, quartos, salas, vidas
desde que te recostes nelas
pelo pré-adormecer

domingo, 1 de setembro de 2013

contagem decrescente

quem me dera acordar todos os dias como hoje
se não houvesse hipótese de te acordar ao meu lado
acordar confusa como hoje
redonda e quente a sensação
quem me dera que todos os planos fossem nossos agora
'é tão bom quando estamos só os dois'
quem me dera que todos os nossos dias fossem
serenos e quentes como esta luz do fim de verão
do fim dos dias de verão
a saber e a cheirar a amor
a saber aproveitar o amor

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Athinai

Tantas horas depois
Serei a única a quem o sono não chega?
Já passou o tempo
Já passámos do tempo
Put yourself together
Freshen up?

Dois faróis ligados na curva.

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Meia hora

Meia hora de telefone
E já te sinto de novo
Meia hora de ti interessado
De ti já a voltar a casa antes de amanhã
A voltar a mim antes de amanhã
A inflar-me a alma de vapores bons e quentes
De volta, por um dia
Recarregar o amor
Para mais uma leva
Só mais um pouco, vamos

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

terrivelmente bem disposta

sozinha em casa num fim de tarde ligeiramente sufocante
aquele molhado tímido na testa a mostrar que sim, que está calor
acabei de conduzir uma horinha
deixei o carro ir abaixo três vezes ao começar
ao menos diverti a família que foi minha neste fim de semana
estou assustadora e terrivelmente bem disposta
[segunda vez. acho que é agora que vou googlar o bemdisposta bem-disposta bem disposta]
[[ficam todos mal, acho que vou passar para bem humorada]]
[[[bem-humorada?]]]
pronto, estou isso tudo
e mais alguma coisa
daqui a meia hora estou a ir às provisões para o jantar
seis gregorianos por aqui
grécia na quinta-feira
oito gregorianos por lá
que bem que me sabe a casa quando cá estou sozinha
mas só quando tenho esta sensaçãozinha na barriga de que daqui a pouco sou anfitriã
que sorriso estúpido este alapado na minha cara
que saudades de todos
que saudades de ti
que já só falta um dia, meu querido.
será disso?

sábado, 3 de agosto de 2013

não sei que nome dar a isto, take 34098

até ficar surda com o vento
até o cabelo ser um nó impossível de desatar
até me voar a roupa toda e cada capa que me cobre
até os cardos se rejuvenescerem de roxo
até cada pessoa se despedir desta paisagem
até escrever sempre comovida

aqui o calor dos corpos é sempre inferior ao calor da alma

sábado, 27 de julho de 2013

Boa madrugada

Há já muito tempo que não dormia com uma lapiseira e um livro debaixo da almofada. Quanto, quanto tempo soletrado.

domingo, 21 de julho de 2013

e se for apenas uma questão de decisão

o amor ser sempre, ou só às vezes
se não fizermos disso uma questão
se for apenas como é
muito muito ou muito nada
se não nos preocuparmos se é saudável ou não
se for só sendo
como quem quer a coisa
é no mínimo assaz surpreendente
e é tão ténue a linha
a corda
bamba?
é tão, tão, tão

quarta-feira, 10 de julho de 2013

segunda-feira, 1 de julho de 2013

The matters of trust

Estão intimamente ligadas com os dias de calor em que acordas com ou sem despertador
Estão indelevelmente ligadas ao que comes, ao que ouves, ao que te ocupa os dias
[Esses, os dias de calor]
Estão irremediavelmente ligadas à efemeridade, também
E aos prazeres e desprazeres de ser em conjunto
Em vários dias de calor, com crescendos e decrescendos como manda a oficialidade da coisa, para não cair na monotonia, não vá a vida ser menos do que tudo [muito]
As regras surdas-mudas da confiança

sexta-feira, 21 de junho de 2013

meu anjo

a beleza incomensurável da palavra anjo
independentemente do credo
o anjo misturado com a única parte boa daquela coisa que é a posse:
o carinho [e]terno do amor

terça-feira, 11 de junho de 2013

domingo, 9 de junho de 2013

Eu exausta me confesso

Odeio o gelo
Porquê o gelo de novo
O gelo, o gelo a gelar-me o peito
A pisar-me o estômago
Não chega já?

sexta-feira, 7 de junho de 2013

just[in][iça]

e ficas em segundo
e não sei a vida das outras
pois claro está que não sei
nem tenho nada que saber
ultimamente é assim
não tenho nada com isso
e é sempre melhor assim
por mais que não pareça
não sei a vida
as vidas, vidinhas das outras
só sei que não há ninguém para quem isto seja mais injusto
tomaste a decisão
mais uma vez tiveste mais tomates que eu
e sem saberes e sem quereres
levaste-me para os caminhos certos
só por seres tu e os teus exemplos
preencheste os papéis
andaste às aranhas que eu sei
mas forte como sempre
só pediste ajuda a quem te sabia mesmo ajudar
quando foi a minha vez de receber o teu pedido
era tarde e se calhar nem ia importar muito
nem te soube responder muito bem
mas fizeste tudo direito
mais até que ele
como sempre, nós sempre mais direitas que eles
é um dom que nós [somos]
temos
gravaste tudo, melhor que eu,
tudo super pro, uma profissional
orgulhei-me de ti até à pontinha dos cabelos
mas dizer-te isso ora essa então que havia de ser isso agora
é assim
nem nos abraçamos
nem damos miminhos
nem mandamos corações
só às vezes
recheados do amor once verbalizado
não te disse nada
uma crítica aqui e ali
olha essa mãozinha dos nervos
eu sabia que eras tu ali,
apesar da mãozinha
toda tu a seres tu a fazer a tua cena
e foste, o sim relutante a crescer
eu já a acreditar em viagens para mais perto que os não sei quantos mil km
dali dos países baixos lá em cima
para aqui para o jardim à beira-mar plantado
todas as probabilidades a favor
e morrer na praia só acontece a quem nela se tenta bronzear
toda tu princesa de ouros com a amiga antiganovadesempremastãopertoalilonge
e passas tu como eu sabia que farias
e depois uma última rasteira deita-te por terra
numa terra que não é tua
mas à ideia da qual já [nos] te tinhas habituado
e tu fizeste tudo bem
e eu não sei se fiz e eu vou
eu acagacei-me toda
é essa a palavra
e vou mas fico a meio
tudo bem, já era uma coisa mais antiga
a ser preparada, a sedimentar há anos
há anos demais se calhar
a pressão toda num dia
o medo todo num dia
e eu consegui
tu com a pressão toda em tantos dias
tu a seres super mulher
casada, com alunos filhos, com colegas irmãos
com uma família em vias de se evaporar
lá no 'longe' da tua varanda de oitavo andar
ainda com tempo para preparar as aulas
e me inspirares
e me acolheres como tua, no teu cantinho acolhedor do lado esquerdo da sala
e agora isto
a coroar de injusto a tua eloquência
a tua veemência e a tua vontade
oh a tua vontade
maior se calhar que a minha, mesmo apesar dos sedimentos
a tua vontade de crescer
e a famigerada carta
que já te coroara de injustiça há dias
apesar dos teus tudos
e de eu sem ver te saber tão dedicada
tão tu
tão criativa e essencialmente construtiva
e estas duas coroas, a mudar-te os planos
os rumos
não, não é justo, tenho vontade de gritar
e eu a pensar, quem me dera poder eu dar-te os meus
os meus rumos, que te assentassem
que te assentassem tão bem como a coroa de rainha que te daria também.

segunda-feira, 3 de junho de 2013

And then..

You start to make it
Unnoisy
Unsimple
Unyou

notes to self

aprender a estar calada
ou
aprender a não-estar-calada melhor

aprender que não gosto de ser a última a ir para a cama
que as luzes todas apagadas me assustam
e deixá-las apagadas atrás de mim me arrepia
as sombras e os reflexos agoniam-me
tum-tum tum-tum tum-tum tum-tum
portanto, aprender a ir para a cama mais cedo
ou assumir o gasto das luzes sempre acesas
[pelo menos as atrás de mim]

daqui a três dias santiago. sim, por favor.
destaguem-me deste filme por uns dias.

sábado, 1 de junho de 2013

sem ser aquele que [preencher com verbo] mais de entre quem passa por mim

de entre quem passa por mim
que bonito
passa
mostra
toca
de entre quem passa por mim
por entre os mims de nós todos

por entre nós todos quem toca
passa
se passa

quem faz mais o quê de entre quê o quem

ah.
arrepios febris a toldar-me os vocali[poeti]zos.


quarta-feira, 22 de maio de 2013

Olhá laranja..

Hoje acordei e não consegui decidir se me sentia doente. Ou por outra, doente de quê: se da laringe, faringe e outras inges fundidas e acesas de águas, se das ideias dolentes, dolorosas, e insuportavelmente datadas que se me assomaram à janela

I do

not

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Amargos de boca

Dos literais, nem vou fazer para os adoçar, para ver se [me] entendo melhor
Hoje quero ser sozinha
Tal como viste tu o fel que existe nas pessoas, hoje vi eu o bom, o simples, directo fácil certo
Não saio do dia de alma cheia
Divago confusa
Se é que o que salvou o ontem não matou o hoje e os amanhãs próximos
Numa espiral crescente
Se não foi isto foi algo parecido, igualmente catchy
Dito por ti, que nem sequer precisas, e que nem sequer queres, uma pontinha de orgulho a furar a manta de tantos passados oblíquos?
Tu não serias implacável com a tua amiga
Podes ser amiga de ti própria desta vez
É o momento para as palmadinhas nas costas
Não, não quero, não sei brincar a isso, e por mais que a autocomiseração seja um mal, lágrimas correntes subtis, deve ser do sono, deve ser da posição, ai isto da gravidade é um problema, suster a respiração porque aí vem mais uma mão toda músculos a pegar de frente as minhas tensões e a puxá-las de mim para fora. Pois bem,não foram. Ó pra elas.

hoje durmo vestida de mim

eu não estou triste, atenção
não estou nada disso
esta dor no fundo das costas e no alto do pescoço não é tristeza, nem melancolia, nem medo, nem nada
não é de todo o meu eu racional a entrar em pânico
isto que me inunda os olhos

a minha é boa, a tua não sei

mas eu não estou nada disso hoje
tudo menos isso.

deus me livre
de estar seja o quê por seja o que for
considerando que

finalmente aconteci.
finalmente aconteci
finalmente aconteci
escrevi de novo
não fiz copypaste
tendo em conta
que finalmente aconteci

[repete, só mais uma vez. repete e crê, agora. doa como doer.]

domingo, 12 de maio de 2013

Dará para escrever de olhos fechados?


Quando os fecho, tu. Abro-os de novo, nada. A luz, igual. O quarto, igual. Nada de ti a não ser os perfumes, a misturar-se com os meus. Perto, colado, junto, confortavelmente quente e quando fecho os olhos, tu que chegue para me inebriar.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Logo te vem dar, te vem dar, te vem dar, logo te vem dar.

O que escrever quando o tudo de hoje já foi escrito?
Que nunca o que vimos se torne o que somos, que a visão se foque como hoje as vezes que forem dolorosamente necessárias para nos tornarmos nós. no que queremos ser.

terça-feira, 30 de abril de 2013

105 gramas de línguas de veado mais torradas nas pontas

seis minutos e cinquenta e dois segundos de ti ensonado
oitenta e cinco minutos de fascia nas mãos dela
trinta e cinco minutos de trânsito
cinco horas de sono
andando andando às arrecuas
chegamos onde?

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Dezoito graus lá fora

A lua quase cheia, eu a mil e cheios nós. Preenchidos. Um dia escrevi sobre os buraquinhos que precisamos de tapar, era isto. Colmatar os furinhos, deixá-los prontos barragens relvas óculos para se aguentarem até lá.
Para se aguentarem até já.

Até já.

segunda-feira, 22 de abril de 2013

the importance of being earnest

'estamos num tempo em que as pessoas não dizem o que realmente pensam.'


o mentor da minha mãe morreu.

'as experiências mais bizarras..
com aquele feitio estuporado dele.'



o mentor da minha mãe morreu, e eu comovo-me tanto como ela, com o que ela diz, com o que ela escreve, com a aula que ela hoje deu aos seus alunos, aula essa com o título que pus ali em cima. a importância de ser, não só Ernesto, mas honesto. que ele era. mesmo assim, e claro que assim, com o seu 'feitio estuporado' [que riqueza de expressão, mãe!] e a maior homenagem que se pode fazer a um professor que não dá respostas, mas que faz tantas perguntas que impele a argúcia do aluno sozinho, é mesmo esta: a de o contar numa aula.

bravo.

quinta-feira, 18 de abril de 2013

é uma daquelas pessoas a quem pergunto se está tudo bem, mesmo não me interessando minimamente pela resposta

fazemos isto muito mais vezes do que imaginamos.
é um sem fim de olás bons dias tudo bem estás bem ou quê
e no fundo, nem paramos para ouvir e às vezes dá-se aquele caso:

- olá, tudo bem?

- vai-se andando, e contigo?

- tá tudo e contigo?

que nos denuncia.



terça-feira, 16 de abril de 2013

belém, esplanada, tu e uma cerveja

15.abril.13 18h52

e a questão do toque?
qual é a coisa?
pernas entrelaçadas debaixo da mesa, a forma primária da sedução
[primária na sucessão, não de todo na essência]
há pouco as dela entrelaçadas nas dele, os corpos inclinados para o oposto,
escondemos em cima da mesa o que sentimos por baixo,
onde é que eu já vi isto.

irónico, a tua mão no meu joelho agora, a brincar-me a perna, se tu imaginasses provavelmente rias-te, mas estás distraído com o braço frio que o sol poente já não aquece.

aquece só por dentro, meu querido

'já estás a fazer asneiras, não é? posso ler?'

segunda-feira, 15 de abril de 2013

da sertã

'isto merecia um quadro'

'o quê?'

'isto. nós aqui no telhado, com a vista. e a cantar as sombras.'



ia ser um quadro incrível.
umas quantas pessoas num telhado
'cuidado não venhas pelo meio, é instável, vai ao pé do corrimão'
umas pessoas, eram as minhas
outras, eram outras, novas
com queijo e tostas
e silêncio enquanto cantámos. duas vezes. fá maior com si natural.
de noite tudo são sombras, não nos víamos bem a cara, não nos sabíamos os nomes.
ainda assim, partilhou-se a noite, num terreiro novo, a primeira a saber a verão.

sexta-feira, 12 de abril de 2013

laura lispector.

'Eu nunca fui uma moça bem-comportada. Afinal, nunca tive vocação pra alegria tímida, pra paixão sem beijos quentes ou pro amor mal resolvido sem soluços. Eu quero da vida o que ela tem de cru e de bonito. Não estou aqui pra que gostem de mim. Estou aqui pra aprender a gostar de cada detalhe que tenho. E pra seduzir somente o que me acrescenta. Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que as vezes me cansa. Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa. Venha a mim com corpo, alma, voracidade e falta de ar!'


e pra seduzir somente o que me acrescenta.
acrescentar-me-te.
acrescentar-te a mim.
acoplar-mo-nos
acrescentados um ao outro
com corpo, alma, voracidade e falta de ar
como o querer
intenso
dramático
transitório?
talvez. mas uma paixão de beijos quentes.

domingo, 7 de abril de 2013

isso mesmo.

ela repousava a mão no teclado

[que teclado seria?]

como se lhe tocasse.

como se esperasse.

os sentidos aptos

para o arder do toque,

os sentidos latos

prontos, descortinando

a espera.

quinta-feira, 4 de abril de 2013

São 2h34.

Coisas que toda a gente faz:
Ahh.. são 02h16.. lá vou ter que esperar até às 02h20 para ir para a cama. 02h22, bolas, mais três minutos, vá.

Coisas que nem toda a gente faz:
*já na cama*
Gah, 02h31.. agora dormir só às 03h00!
*facebookblogsmailmeteorologiajogoidiotaquenuncajogasduranteodiaederepenteficainteressanteblogsmailfacebook*

terça-feira, 2 de abril de 2013

13h30, 13.3.13

SegSocial do Areeiro

boa tarde, tenho uma marcação para a uma e meia
qual é o nome?
Laura
Laura? [sorriso aberto] é o nome da minha filha!
bom gosto!

Nem tudo é mau numa repartição.

Dois polícias:
Tchauzão!
Vá.. Continuação!


continuação? de quê, exactamente?

[será que a minha senha é a única que não anda?]

[[que medo, a voz lancinante que ecoa por aqui é a da bola de berlim de óculos que está a atender a minha senha. fingers crossed que seja agora a hora de almoço dela e que aquela sandes que está a mastigar - aposto que aquilo é uma migalha, ali na bochecha esquerda - a sandes seja só aperitivo, a berliner não tem nada ar de desprezar um almocinho de faca e garfo soprapratopãosobremesacafé e ficar aqui a grit.. perdão, atender beneficiários com um super zelo de funcionária dedicada. foge, bicho, foge!]]

[acho que a sandocha é infinita. mais um utente, mais uma dentada, daqui faço uma estimativa de mais três dentadas para se acabar o petisco, faltam dois números para a minha senha, tu queres ver que chego lá e ela mastiga o último pedaço devagar e languidamente, só para me fazer pirraça?]

antes isso que me dar uma dentada a mim, por me ter esquecido de preencher um requerimento ou pagar uma contribuição.

hojes

hoje foi assim. estavas bem disposta, divertida.

sorriste mais. e foi bom, não foi? por uma vez, não duvidaste.
e quando não duvidas é bom. é quente, morno e pequenino.

não importa absolutamente nada o des
des brio
o desbrio com que te movimentas

['ainda me diz a minha mãe que não tenho brio']

não importa hoje. s. em loop..


em loop suspiras fundo, adormeces em paz, sorrindo como no resto do dia, como se tivesse estado sol.

não estou poeta, hoje. tem dias. hoje não estou poeta, estou [...sim, é isso.] e nem eu própria vou compreender-me a cem quando me reler.



Johnson: Have You Seen The Bright Lily Grow by Sting, Eden Karamazov on Grooveshark

sing on, sing on. if music be.

domingo, 31 de março de 2013

clarice lispector dixit.

'porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.'



segunda-feira, 25 de março de 2013

quinta-feira, 21 de março de 2013

constatações de conversas nuas.

'cada vez mais'.........
.............'mais do que devia'


é assim que andamos por aqui, não é? o que nos vale é que agora o nada já importa.

domingo, 17 de março de 2013

Incoerências I e II

As coisas certas acontecem, fluem sozinhas sempre a subir, em rolante, não como umas escadas, mas mais passadeira que ondeia subindo, vêm ter connosco, sorrateiras, quando menos esperamos, tau, enleados nelas, embalados o suficiente para não enjoar com a ondulação. As coisas erradas nós fazemo-las acontecer, tentamos, batemos de frente, espetamos os queixos em mais uma tentativa, elas desfuncionam, nós insistimos, pensamos na erradez disso tudo, aceitamos que se nos importamos o suficiente para resistir à pancada é porque algum dia as coisas mudarão de erradas para certas, apesar de sabermos que ou é ou não é e no caso a certeza condena ao erro à partida as coisas erradas. O dilema disto tudo é só que a certeza das coisas certas é tão certeza como plural.. portanto.. certo onde, se se acaba e há outras tantas certas e erradas prontas a seguir-se? Fim por fim, ao menos que durante saiba errado?
E não, não estou a falar de.

Algum dia eu vou finalmente acontecer

e nesse dia...

*suspiro tão fundo que até deu a volta até onde começou*








[a volta dou eu, não à espera do que me aconteça, mas à espera de o acontecer. acontecer-me finalmente.]

quarta-feira, 13 de março de 2013

'Dizemos sempre que a vida é assim quando lhe perdemos o rasto'

deixa-me louca o é assim. é assim, é o que há, eu sou assim, é assim porque sim, porque é, porque assim é que é, e que vai ser, é


é assim.

como assim, assim?
quem é que deixa? se se trata de uma questão de ser ou não ser, deve haver alguém que decida.
ser assim.

'é adaptar, é mudar, é crescer.'
'vamos ver.'

domingo, 10 de março de 2013

e agora, percebes?

eu nem me importo com o vento no cabelo à chegada
nem me importo com a chuva no casaco de veludo à volta

desde que a moda sirva de pretexto
para uma tarde assim de amor.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Já faz meia hora que vim prá cama.

Aqueles dias em que te deitas e toda tu és, só podes ser, um asterisco. Not in a good way, toda tu és espinhos, a tua última comunicação com todas as pessoas foi mais uma farpa afiada, falaste mal, respondeste torto, o boa noite amanhã saio cedo e levo o carro saiu mais insolente do que esperavas, escreveste em fúria, desligaste o telefone a carregar com mais força no ecrã a desejar que isso passasse para o outro lado da linha, se pudesses carregavas com força era no olho do interlocutor, choras de nervos e de raiva e os espinhos nada, não amaciam nem um bocadinho, ouves os pais a aquecer um chá e anseias para que te venham oferecer, só para depois provavelmente resmungares um não mais alto do que seria necessário, não respondes à mensagem mas na cabeça ó ai o que praí anda, já espremeste a situação, treinaste o discurso, se for preciso até tiraste umas notas, a indignação não passou, mas a consciência diz-te que se acontecesse alguma coisa agora não te ia apetecer rebolar sozinha apoiada nos teus picos, escreves uma mensagem de parabéns a ver se te amacia ao menos o coração, apercebes-te que é só medo de não conseguires, de os teus planos de futuro não coiso, de o deixares fugir, de não seres como ela, de seres como ela, e principalmente de não seres tu, fazes as contas aos dias a ver se tens desculpa para tal fita por causa da altura do mês, tens médio, os espinhos ainda a magoar-te as costas e a impedir-te de dormir, se me conhecesses sabias que ia precisar de escrever logo depois da cena e vinhas ver, se eu te conhecesse sabia que vais ler atrasado e não perceber nem um terço, mas que isso não vai importar, os espinhos afrouxam e ao ler isto parece que me conforto de algum modo, se todo o drama é ninguém compreender, assim o leitor capta perfeitamente, como se [eu] fosse eu.

É por estas e por outras

Que eu dizia tantas vezes que não me conhecias

In fact..

Ainda não conheces.

domingo, 3 de março de 2013

da posse

[esta sensação já normal de ter escrito outro post com o mesmo nome, e [[o que me motiva é um']] a preguiça transcendental de ir verificar]

o meu só pertence a uma pessoa de cada vez
e o meu?

pertencer? realmente? a vontade de ter é enorme
a dificuldade em verbalizar ainda mais
os pruridos que as palavras implicam não são uma questão de medo
ok talvez sejam às vezes uma questão de medo,

mas essencialmente a matter of
não deixar banalizar

de cada vez que me disseres vou estremecer
e vai ser aquele quê de mãos quentes a envolver as minhas

chamar-te meu
meu quê?
meu algo
teu coração
meu alguma coisa
impassível
impossível
de
quantificar
qualificar

cvm.

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Sonhos rem ram rom

O que tu sonhas não é real O que tu sonhas não é real O que tu sonhas não é real O que tu sonhas não é real O que tu sonhas não é real O que tu sonhas não é real O que tu sonhas não é real O que tu sonhas não é real O que tu sonhas não é real O que tu sonhas não é real

Senão não sobrevives ao que vives depois do que sonhaste.

[isto acontece-te demasiadas vezes.]

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

o que estava escrito: why is there no love option?

o que eu li: why is there no love potion?


[edit: meia hora depois:]

o que estava escrito: a oração dos sábios é o silêncio

o que eu li: a oração dos lábios é o silêncio








andas bonita andas.

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

'and we both still got room left to grow'

se calhar aperceber-me que sinto
é a [melhor] coisa que pode acontecer

um passinho de cada vez, um saltinho leve de cada vez, uma vontade aqui, um desvario ali, as mãos coladas, os olhares também, aos poucos, para ninguém se assustar, para não nos afugentarmos nós, não vão as

faíscas

já dizia o outro, não vão as faíscas dar cabo desta renda tão intrincada, cosida dia-a-dia
às vezes hora-a-hora

cada vez mais

minuto-a-minuto

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Rotinas

Primeira roleta do dia:

Acertar à primeira qual é a pantufa esquerda e direita ao sair da cama.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

mãos de giz

ficam frias, secas, tudo me escorrega, parece que não as sinto

apago com a mão, é mais rápido do que ir buscar o apagador

apago notas, apago uma perna do bequadro

e eles riem. riem-se muito e querem mais aula. professora não vou ter formação musical posso ficar na sua aula mais um bocado.
eles riem, cantam, riem mais um pouco e parecem gostar do coro. hmmm.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

D'aquelas lágrimas que se espreguiçam para fora dos olhos

Sem razão nenhuma:
Desequilibram-se e ssssssssss

Aí vão elas a serpentear para o lado para que estou inclinada

Porquê?

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

clichés.

seguimos. para as frentes.

umas frentes diferentes do habitual, mas as tendências mantêm-se. é bom ver que somos fiéis.

alívios estes, também fiéis.

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

psychedelic philosophical

Eu devia era escrever um texto, daqueles corridos. Fazer uma composição como na escola, sempre fui boa nesse género de coisa. Tinha uma tendência para a prosa poética e adorava discurso indirecto livre - pensava eu. Devia escrever um texto, segundo as regras esta mania de começar com verbos não resulta. Quando falo tendo para acabar as frases com verbos, é uma pena, acaba tudo com RRR, faço imenso barulho, perdigotos por todo o lado, um zumbido no meu ouvido a fazer troça de mim, enfim, uma estucha total.

well.. but I didn't.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

'escrevi tanto nesse dia'

por aqui acho que até te posso tagar
ninguém vai aparecer para me puxar os cabelos
não tenho que fugir

posso fazer o que me apetece, sem me bloquear

conto-te três mil coisas
depressa
tu peixe daqui a pouco talvez te lembres que cada dia me sabes mais um pouco

awkward noventa por cento do tempo
e comovida outros trinta

e agora 
dá-me a sensação
que um bocadinho mais feliz

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

perfumes

a palavra mais bonita é sempre a melhor
perfume em vez de cheiro

mil vezes perfume em vez de odor, por favor

escolher sempre a palavra mais bonita, devo mesmo encaixar na coisa dos sentidos
só que tenho este extra, da beleza de cada letra interposta entre outras funcionar melhor

ou pior

quando funciona pior ficas logo a saber
algo em mim estrebucha

que palavra péssima, esta estrebucha

mas é mesmo isso
algo em mim que se contorce, resmunga, amua, faz beicinho, e pior que tudo

morde



anyway, era perfumes

só a constatação do facto de já não encharcar aspergir! o lenço com eles
as coisas continuam a cheirar a mim

'cheira a lavado da minha casa' disseste tu uma vez de cabeça dentro da mochila

já não encharco de ck o lenço, este de hoje cheira não sei bem a quê
acho que não cheira a ti, alby
mas devia, é teu
já deve cheirar a um mix estranho de sentidos

sábado, 2 de fevereiro de 2013

Se eu escrever de cada vez que me comovo nesta casa

Acho que nem as palavras nem os acordes chegam.

Tu, os teus, e eu grata.

E se fosse tudo uma questão de apetites?

Não me apetece ir dar aulas amanhã, mas que novidade, é sempre assim, nunca me apetece, chego lá e a primeira turma apetece-me, a segunda já não me apetece, volto com um apetite voraz, e depois já não me apetece nada.

Uma não-aptidão. Uma apetitidão.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

reminiscências

hoje acordei cheia de calor, enroscada em ti num emaranhado de sacos cama e colchões
forrei-me de roupa até caber na mala
saí para o gelo e para aquela chuva miúda que me encharcou o cabelo
eram quinze minutos, não eram vinte afinal
acordei num país estranho que me sabe a casa
voltei a acordar algures a sobrevoar já este, o tal da casa mesmo
cheguei, tirei quatro camadas, vesti uma saia
armei-me em estrangeira, saí sem cachecol
ando de tshirt pela casa
a fingir-me ocupada e com calor
até que, já toda arrepiada

o quente que me falta parece que é cá dentro.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

domingo, 20 de janeiro de 2013

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

a partir de amanhã

vou atrasar-me em fm
vou cantar de novo em público
vou provavelmente chegar atrasada a uma ou muitas coisas
vou
vou
vou
vou


terça-feira, 15 de janeiro de 2013

tudo o que alguém poderia pesquisar e vir aqui parar

a  primeira vez que escrevi sobre jogos
tua  fruta favorita
mão  dormente de tanto compor
na  quinta mais bonita de quando era pequenina
minha  saia roxa esvoaçante
perna  de peru no forno com batatas
a  idade certa para aprender a ler
minha  saia desta vez não roxa, mas ainda e sempre esvoaçante
mão  de escova, escova de mão
na  colina de lisboa, a miradourar
tua  incapacidade de observar seja o que for
mão , dobrada, feijoada, cozido, pataniscas
a  lírica camoniana, na voz de um professor imberbe
tua  querida mãe, o carro e a casa
cintura  larga, como diz o matta
colada  com aquela cola branca que usavas em evt
a  subtileza de poder escrever o que bem lhe aprouver
mim  etismos
eu  dava-te os parabéns, mas I-wish-I-could-but-I-don't-want-to
a  chavená cheia, o copo vazio
fingir  que já contaste até 50, mas sei perfeitamente que não
não , foi o que ele disse
perceber  se no final da semana sobra gota para voar
eu  e aquela tal música do dormir com quem se quer e apetece
a  tangerina de hora a hora
não  fales no plural se fazes o favor
querer  e crer são conceitos diferenciáveis
perceber  o mecanismo de um secador
nós  e os outros, era o título de uma coisa qualquer do género
desentendidos  os favores de uma irmã caridosa
colados  com cuspo, esses atacadores
menos  relógio panela ovo
fugidios  como se fosse assim do tsipo
agora  é que já joga o benfica
o  ó de ódio é menos tónico que o de tónico
néon  amarelo gritando cabeleireiro laurilea
na  cesta de verga habita um ser
minha  saaaanta mããããeeee
cabeça  oca, é o que se vê, cá se vai andando
cada  qual no seu galho, ou era quadrado, ou elipse
vez  três mil novecentos e quarenta e cinco, seis mil contos
maior  adereço não poderia haver

errado , poderia eventualmente ser

sábado, 5 de janeiro de 2013

m'aflição. vou ignorar os avisos todos por agora. bam pam pambas. todos os avisos ignorados até fazer uma mancha de tamanho decente. manchas de tamanho decente nas folhas é [] até parecer uma tampa. uma rolha. um testo. Testo. uma tampa para uma sensação contida e constrangida [comecei a antepenúltima palavra e automaticamente escrevi 'contigo'] ter sensações contigo deve ser interessante, se essas pudessem de uma maneira ou de outra existir. mas tornas tudo difícil. mais difícil do que se calhar vale a pena. I guess I dream too much. uma frase assim, uma fonte a bold, e um filtro sépia. retratos a sépia, como aquele livro que acabei por nunca acabar, por mais anticenas que isso possa parecer. as coisas voltam, as pessoas não. voltam bocadinhos delas, disfarçados de tampas de um furinho anterior. bocadinhos de pessoas a tapar as faltas que um alguém [quem? quems e gatos, chovem quems e gatos] deixou por preencher/roubou o conteúdo. é bastante fácil roubarem-me o conteúdo. impressionei alguém que não me interessa para nada, e aqueles que me conhecem a ponto de me salvarem os furinhos não são capazes de me ler. para que é que serve, então? se é só mais uma impotência do ego, mais um real assento para a minha grande eloquênciócoisa, não é real. se não é real, não existe, se não existe não serve, quem quero eu enganar com a minha própria prepotência? li sobre hipocrisia um dia destes, serviu-me de muito, está-se bem a ver. amanhã enfio-me no carro, resmungo sobre o preço do gasóleo, faço a minha viagem solitária sempre a acelerar, a ver se ainda lá chego antes do hotel babilónia chegar a um terço, na perspectiva egosentida [tá certo, porra] de me sentar à frente de uma tarde turma e ter algo para dizer. o que é que eu sei, afinal? tenho um objectivo que morre se me portar mal num dia, e depois com o que é que fico? sem nenhum. e passo a ser aquilo que destruo com críticas. e se eu ficar assim depois? sem ponta de minúsculas para escrever, porque me esvaziei do conteúdo todo. porque mo roubaram em parte, afinal de contas eu dou-o a quem me aparecer, sugam-me e eu ralada nem pouco me importando com o sentido. a palavra. e porque, noutra parte, ele o conteúdo se me esvaiu pelos furinhos, porque não surgiu nenhum bocadinho de pessoa para mos tapar a todos. é difícil assim. quando nem tu me deixas, nem eu te acudo, nem os furinhos se acoplam de uma maneira funcional. 'porra, plaquetas, funcionem! façam o vosso trabalho!' uma maneira mais ou menos coloquial de pôr a coisa. chama-lhe plaquetas.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013