segunda-feira, 15 de abril de 2013

da sertã

'isto merecia um quadro'

'o quê?'

'isto. nós aqui no telhado, com a vista. e a cantar as sombras.'



ia ser um quadro incrível.
umas quantas pessoas num telhado
'cuidado não venhas pelo meio, é instável, vai ao pé do corrimão'
umas pessoas, eram as minhas
outras, eram outras, novas
com queijo e tostas
e silêncio enquanto cantámos. duas vezes. fá maior com si natural.
de noite tudo são sombras, não nos víamos bem a cara, não nos sabíamos os nomes.
ainda assim, partilhou-se a noite, num terreiro novo, a primeira a saber a verão.

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