domingo, 31 de março de 2013

clarice lispector dixit.

'porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.'



segunda-feira, 25 de março de 2013

quinta-feira, 21 de março de 2013

constatações de conversas nuas.

'cada vez mais'.........
.............'mais do que devia'


é assim que andamos por aqui, não é? o que nos vale é que agora o nada já importa.

domingo, 17 de março de 2013

Incoerências I e II

As coisas certas acontecem, fluem sozinhas sempre a subir, em rolante, não como umas escadas, mas mais passadeira que ondeia subindo, vêm ter connosco, sorrateiras, quando menos esperamos, tau, enleados nelas, embalados o suficiente para não enjoar com a ondulação. As coisas erradas nós fazemo-las acontecer, tentamos, batemos de frente, espetamos os queixos em mais uma tentativa, elas desfuncionam, nós insistimos, pensamos na erradez disso tudo, aceitamos que se nos importamos o suficiente para resistir à pancada é porque algum dia as coisas mudarão de erradas para certas, apesar de sabermos que ou é ou não é e no caso a certeza condena ao erro à partida as coisas erradas. O dilema disto tudo é só que a certeza das coisas certas é tão certeza como plural.. portanto.. certo onde, se se acaba e há outras tantas certas e erradas prontas a seguir-se? Fim por fim, ao menos que durante saiba errado?
E não, não estou a falar de.

Algum dia eu vou finalmente acontecer

e nesse dia...

*suspiro tão fundo que até deu a volta até onde começou*








[a volta dou eu, não à espera do que me aconteça, mas à espera de o acontecer. acontecer-me finalmente.]

quarta-feira, 13 de março de 2013

'Dizemos sempre que a vida é assim quando lhe perdemos o rasto'

deixa-me louca o é assim. é assim, é o que há, eu sou assim, é assim porque sim, porque é, porque assim é que é, e que vai ser, é


é assim.

como assim, assim?
quem é que deixa? se se trata de uma questão de ser ou não ser, deve haver alguém que decida.
ser assim.

'é adaptar, é mudar, é crescer.'
'vamos ver.'

domingo, 10 de março de 2013

e agora, percebes?

eu nem me importo com o vento no cabelo à chegada
nem me importo com a chuva no casaco de veludo à volta

desde que a moda sirva de pretexto
para uma tarde assim de amor.

quarta-feira, 6 de março de 2013

Já faz meia hora que vim prá cama.

Aqueles dias em que te deitas e toda tu és, só podes ser, um asterisco. Not in a good way, toda tu és espinhos, a tua última comunicação com todas as pessoas foi mais uma farpa afiada, falaste mal, respondeste torto, o boa noite amanhã saio cedo e levo o carro saiu mais insolente do que esperavas, escreveste em fúria, desligaste o telefone a carregar com mais força no ecrã a desejar que isso passasse para o outro lado da linha, se pudesses carregavas com força era no olho do interlocutor, choras de nervos e de raiva e os espinhos nada, não amaciam nem um bocadinho, ouves os pais a aquecer um chá e anseias para que te venham oferecer, só para depois provavelmente resmungares um não mais alto do que seria necessário, não respondes à mensagem mas na cabeça ó ai o que praí anda, já espremeste a situação, treinaste o discurso, se for preciso até tiraste umas notas, a indignação não passou, mas a consciência diz-te que se acontecesse alguma coisa agora não te ia apetecer rebolar sozinha apoiada nos teus picos, escreves uma mensagem de parabéns a ver se te amacia ao menos o coração, apercebes-te que é só medo de não conseguires, de os teus planos de futuro não coiso, de o deixares fugir, de não seres como ela, de seres como ela, e principalmente de não seres tu, fazes as contas aos dias a ver se tens desculpa para tal fita por causa da altura do mês, tens médio, os espinhos ainda a magoar-te as costas e a impedir-te de dormir, se me conhecesses sabias que ia precisar de escrever logo depois da cena e vinhas ver, se eu te conhecesse sabia que vais ler atrasado e não perceber nem um terço, mas que isso não vai importar, os espinhos afrouxam e ao ler isto parece que me conforto de algum modo, se todo o drama é ninguém compreender, assim o leitor capta perfeitamente, como se [eu] fosse eu.

É por estas e por outras

Que eu dizia tantas vezes que não me conhecias

In fact..

Ainda não conheces.

domingo, 3 de março de 2013

da posse

[esta sensação já normal de ter escrito outro post com o mesmo nome, e [[o que me motiva é um']] a preguiça transcendental de ir verificar]

o meu só pertence a uma pessoa de cada vez
e o meu?

pertencer? realmente? a vontade de ter é enorme
a dificuldade em verbalizar ainda mais
os pruridos que as palavras implicam não são uma questão de medo
ok talvez sejam às vezes uma questão de medo,

mas essencialmente a matter of
não deixar banalizar

de cada vez que me disseres vou estremecer
e vai ser aquele quê de mãos quentes a envolver as minhas

chamar-te meu
meu quê?
meu algo
teu coração
meu alguma coisa
impassível
impossível
de
quantificar
qualificar

cvm.