segunda-feira, 20 de agosto de 2012

marco geodésico: mais um

Não há nada mais serenamente triste que as últimas tardes de verão no sítio que se ama, que nos faz falta.
Esforço-me por manter o passo, enterro-me na areia fria à sombra de silvados e não olho para os lados com receio de invadir a privacidade bucólica de uma raposa lebre que patinhou o caminho. Cigarras, galeirões, o vento e o mar ensurdecedores.

Ensandeceu, diz-se. Ensandeceu a querer ouvir do mar em búzios cada vez mais pequenos, até à minusculia, lice, laria de um botão.

domingo, 5 de agosto de 2012

cá pra mim já escrevi isto ou sonhei que escrevi

mas eu acho que isto não são férias.

pelo menos férias na acepção de descansar e de recuperar.
eu trabalho bem é sob pressão. dêem-me setembro, já que parece que começou agora.. mail com horários, propostas de trabalho, ensaios marcados até julho, o que é isto, ainda não era agosto [como era mesmo o nosso poema?] e já tudo planeado e pensado e dorido e cheques e cartões e dinheiro e tanta coisa que nada me sabe a férias.

só este tom dourado é que me recorda [algo em mim recorda e não esquecerá?]

que oficialmente, estou de férias.