sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Low batt.

plim-plim



E se as pessoas também fizessem um plim-plim quando estão a ficar sem bateria?




Poema dum funcionário cansado.

A noite trocou-me os sonhos e as mãos
dispersou-me os amigos
tenho o coração confundido e a rua é estreita
estreita em cada passo
as casas engolem-nos
sumimo-nos
estou num quarto só num quarto só
com os sonhos trocados
com toda a vida às avessas a arder num quarto só
Sou um funcionário apagado
um funcionário triste
a minha alma não acompanha a minha mão
Débito e Crédito Débito e Crédito
a minha alma não dança com os números
tento escondê-la envergonhado
o chefe apanhou-me com o olho lírico na gaiola do quintal em frente
e debitou-me na minha conta de empregado
Sou um funcionário cansado dum dia exemplar
Por que não me sinto orgulhoso de ter cumprido o meu dever?
Por que me sinto irremediavelmente perdido no meu cansaço
Soletro velhas palavras generosas
Flor rapariga amigo menino
irmão beijo namorada
mãe estrela música
São as palavras cruzadas do meu sonho
palavras soterradas na prisão da minha vida
isto todas as noites do mundo numa só noite comprida
num quarto só


[António Ramos Rosa]
plim-plim
[dêem-me letras destas, por favor. irremediavelmente perdida no meu cansaço, dar o litro, o que será que isto quer dizer? O litro de quê? Adoro expressões, o francês daqui também, anda sempre à procura de mais, de cada língua, de cada país, só nós seis já damos uma enciclopédia disso, cada um e a sua frase feita, chavões, como diz o francês, tique [suspeito que em francês será tic! ah oui ah fou, parce que] mas a mais surreal de todas é não sei quê nasceu com o rabo rodeado de noodles, digam-me que raio é isto, deve soar melhor em francês, quase tudo soa. C'est ça.]



Suspeito que o meu soaria ao Tlim, a campainha de recepção de hotel.


[Divagações de sexta-feira à tarde, dois exames feitos, as três nas aulas e eu aqui. E um telefone que insiste.. plim-plim]




plim-plim.

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