domingo, 25 de dezembro de 2011

cá à casa.

[cá à casa, as in aqui ao pé de casa, como diz a minha avó, que sabe mais que todos nós juntos, sabe mais só sabendo escrever o nome, e com um esforço hercúleo, a minha avó sabe mais que todos e diz assim, portanto eu acredito que é assim, cá à casa, até me parece mais bonito.]

O verde impossível que não é só de Inglaterra, água tão azul, lagoa, uma língua de areia que daqui parece estreita e mais azul ao fundo, um azul diferente.
Aqui só se ouvem os badalos das vacas, as cigarras e um pássaro nervoso de vez em quando, os galeirões dominam a lagoa, estendem o seu reino encosta acima rezando por mais chuva, são tão donos do mundo quanto eu no Verão, empoleirada no meu trono, o marco geodésico.

O Alentejo é tantas cores no Inverno. É amarelo de azedas ['daquelas que se trinca a ponta do caule'] e branco. Branco de cal, mais brilhante que o sol quente e reconfortante de Dezembro.
Não há nada mais belo que isto,

Branco caiado e uma barra azul.




Caia-me uma casa. Pequenina.
Mas caia-me uma casa.

[não me desenhes uma ovelha]

Sem comentários:

Enviar um comentário