segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

camisolas berrantes

não são só as camisolas berrantes, muito menos as papoilas saltitantes que nunca me pareceram uma boa analogia.

foi só já ter estado naquele mesmo lugar [já nem sabia que tem uma plaquinha com o meu nome] com todos os estados de espírito possíveis, distraída, concentrada no campo, cheia de vontade que acabasse, a vibrar com o sentimento uno de um espaço tão grande tão cheio, com vontade do intervalo, já aborrecida só de pensar na televisão ligada na tvi nesse mesmo intervalo, a saber decor os jogadores, a discutir bola com os senhores da fila de trás [que ainda me tratam por 'menina'], ooolha quem cá está, cheia de vergonha de toda a gente, menina pequenina a querer esconder-se atrás do pai, com um date ao lado, com um possível date ao lado, com os meus irmãos, pais, amigos, cheia de queijo e presunto e coisas boas do museu do pão, cheia de nestea manga-ananás, de mãos dadas a rezar por mais um golo, tão cheia de frio e de chuva que só me apetecia correr dali, a fazer segundas vozes das cantigas dos NN, a analisar cada 'modulação', a gritar tímida os primeiros palavrões à frente do pai, é bola, pode-se, de saltos, de cachecol eu amo o benfica, orgulhosa do título fundador, embasbacada com a magnitude de um estádio cheio, a gritar de raiva, está fora de jogo, oh idiota.

hoje ganhámos, e eu estive lá outra vez para ver.






que emoções tão boas. tão primárias. e tão, tão boas.
eu gosto de ir à bola. 'ir à bola' assim mesmo.

sempre me aproximou do meu pai. hoje, aproximou-me de ti. de botas, calças de ganga, polar, cerveja na mão, a gritar impropérios e a cantar os hinos.

2 comentários:

  1. gosto disso :)
    (pronto há sempre aquele eterno pormenor em que nunca vamos acertar) mas gosto assim!

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  2. gosto muito muito. 3ª feira vou lá estar, e já estou em pulgas :)

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