sábado, 23 de agosto de 2014

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um sono sem sonhos

era bom, não era
nunca ninguém me tratou assim
para quê filtrar?
és tu. todo tu, a esvaziar-me bater-me
dar-me pontapés na vida
na história que pensas que escreveste
todo tu, meio álcool meio ideias, a não filtrar o que se te passa pela cabeça
é triste no fundo a verdade sei-a toda
é medo medo puro de me ter
de ser nós
não sou ana nenhuma da tua vida
sou diferente
sem três anos de ser nem um de estar
mas no fundo tão perto
mais perto
não há mentira que me digas que me engane nisto
não há realmente mais ninguém
capaz vazia premente
que te queira assim
com todos os dentes que tens na boca
podes esconder o que quiseres
mas isto é puro
tão puro como

o eu consumiu-te todo
um tutano de ti feito em pó
pó de ser e dor dos outros

à terra tornarás
pó de ti
com resquícios de mim
com ex-resquícios de mim

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