terça-feira, 30 de outubro de 2012

abatanada.

'Um pouco farto não muito hirto e vagamente absorto'



que...


[preferes em itálico?]

domingo, 28 de outubro de 2012

que remoinhos

a vida dá. e não é só a tua.

a minha sabe-me a novela. preferia [preferias?!] que tivesse aquele travo a filme, beijo de pezinho no ar como no cinema, mas sabe a novela, não que veja muitas, é do hábito, do des disso, sabe pois.


sai-se de uma para entrar noutra, nem sabes bem porquê, as que parecem mais certas são aquelas em que pensas mais, de repente as que te surpreendem e te pegam de caras não são as que saem furadas, e vvvvvvvvvvvvvvvvvuuuuuuuiiuuuu já passaram três mil e quinhentos anos desde que nos conhecemos e tudo mudou.

excepto que volta tudo ao lugar. brincamos às mesmas coisas, como se fossem os jogos infantis [será que são?] a experimentar de novo, virado ao contrário, agora em grande.



eu humilde aqui me confesso: já nada me surpreende. depois de mim [será que ainda alguém se lembra do meu blog desses tempos] de todo esse

assai


nada me faz dizer sim senhor, essa agora é que me catrapaz zás pumbas







[a menos que tenhas um nada novo para mim. acho que é isso que procuro agora. um nada no meio da novela, um nada que me saiba a filme.]

sábado, 27 de outubro de 2012

devido a plenário de trabalhadores, a linha amarela estará com perturbações até às 12h30

algures entre o Saldanha e Picoas o metro pára entre estações
o mundo suspira
tínhamos esperado pelo menos uns dez minutos

ela e ele
frente a frente
encostados do lado das portas

ela usando os seus melhores olhos verdes, casual
blazer ganga botas altas com a meia de ovelha rendilhada à espreita

ele usando os seus melhores headphones verdes, casual
camisa meio des meio fraldada ganga allstars rasgados com a meia à espreita

ele trocista ela distraída

o metro pára
um cheiro esquisito no nariz dela
ela faz cara feia
logo o trocista

- não fui eu!

ela distraída ri e pede desculpa
sai a sorrir na estação seguinte

ele sorri o resto do caminho

[e eu, divertida, também]

linda linda.

comovida até ao ponto mais recôndito das ideias, na parte quente do coração.




a extravasar de carinho por ti, por vós todos. obrigada, meu Amigo.

Especial.



[assim que consiga respirar de novo, vai[s] ser o meu catalisador. eu[nós] consigo[guimos] sem ti[aqui]. sim.]

sábado, 13 de outubro de 2012

duas

duas gordas gotas

duas gordas torrentes explodindo


duas amigas

desfolhando a sorte



[inclina a cabeça para cima, já te ensinaram esse truque para não chorar? pode ser que com o equilíbrio certo consigas controlar a barragem de pestanas também elas já gordas, inchadas de tanto líquido]




a sorte de um ensemble morto.

domingo, 7 de outubro de 2012

d'Os indignados

fazer da vida uma indignação

profissão no BI, CC, descontos para a reforma que não existe, limite invencível de um labor para toda a vida, o de indignado

indignados com a própria vida,

mas mais, sempre mais com a dos outros




indignados porque sim, mas principalmente porque não

indignados sem se lembrar sequer da palavra no meio da palavra

dignos



indignados com a mesquinhez própria de quem ele em si indigna e dá a indignar


indignados sempre mais com o que vem de fora, porque o que vem de dentro não é perceptível ao indignado

indignados com o que interessa, mas maioritariamente com o que não interessa



to do list: estar e ser indignado
um ponto escrito a tinta permanente tatuado com força e sem requinte nenhum na retina d'Os indignados

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

da música

da música não só no dia mundial

da música como parte essência todo

da música não de vez em quando, não se calhar, não sem um mínimo de reflexão que torna o objecto importante

da música toda, a todas as horas até quando a vida está tão cheia de música que pensamos que já não cabe mais

da música feita sempre e em cada momento com a mesma entrega, sem hierarquias

da música com o respeito e a reverência que ela pede

da música sem nos lembrarmos dela só hoje, partilharmos um exemplo bonito e erudito para mostrarmos quão cultos somos


mas da música sempre, sem ser preciso grande alarde disso.



o meu hino é este. sempre tudo muito. sempre inteira. se não é a sério que não se faça, porque para perder tempo com a pequenez de tudos não serve a vida inteira.