20 de Março de 2012 - já não mas quase.
era todos os anos assim, adormecia e acordava com a rapidez inquieta de quem está ansioso.
o dia de não levar a bata preta de botões vermelhos [dia de vestido às borboletas, lembro-me agora], o dia de ir almoçar fora do colégio, o dia que significava saquinhos de gomas e moedas de chocolate na festa do sábado seguinte.
era mais uma boneca, mais uma partitura, mais uma tarte de leite para sobremesa ao jantar.
essa parte mantém-se.
tudo o resto me fugiu entre a vida como este dia me fugiu entre os dedos, maior do que qualquer terça-feira do mês, mas gorda e invisível. uma terça-feira de gelatina transparente, ainda fluida, a escoar-se como areia pelos meus dedos a gritar não me fujas.
se não conseguir ler isto amanhã, é porque se calha não valiam a pena estas letras.
[continuo ansiosa.]
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