quarta-feira, 2 de julho de 2014

esvaziada

é diferente de vazia. estar-se esvaziada é porque os furinhos [aqueles, de que falei aqui e aqui] não se tapam, não há rolhas nem testos nem nadas volumosos o suficiente para controlar as torrentes que deles saem.
estou esvaziada de todo, vazia de mim agora como há tantos, tantos meses
à espera do que me possa reintegrar
à espera dos quems que me curam as feridas que as palavras abrem
as palavras de amor. as coisas voltam, as pessoas não. estas sabedorias antigas só me esvaziam mais um pouco. porque saber-te o amor não me consola, só me desconsola e descontrola e desenche por te saber tu tão vazio também. tu estás vazio mesmo. cheio de um amor por mim que não te enche. eu, esvaziei-me de mim para ti. tudo para ti.

é hoje que hei de tossir um pulmão.